Ana Maria Alves
Role
Ana Maria Alves ensinou na Universidade Nova de Lisboa a cadeira de História Cultural e das Mentalidades (séculos XIV a XVIII). Autora de Portugal e a Comuna de Paris e Miguéis Seareiro.
Ana Maria Alves (...) Inteligente e culta, tinha condições para investigar e para produzir. Os seus artigos e livros de História são disso prova evidente. Preferia os temas de cultura e de arte mas não enjeitava os de política ou os de economia. Possuía, em boa verdade, a aptidão para efectivar a síntese desejada, para captar a realidade histórica integral numa dada época. Se privilegiava os séculos XVI a XVII I, nem por isso lhe repugnavam a Idade Média ou o século XX. Lia muito e sabia reler quando necessário, para fixar, para interpretar e para transmitir. Aliadas estas capacidades à facilidade de exposição, do diálogo e do convívio, não admira que se tivesse salientado como uma das melhores docentes da sua Faculdade, querida, respeitada e admirada por todos os alunos. Não lhe teria sido difícil, assim lho permitissem as Parcas, fazer discípulos e lançar escola.
A. H. de Oliveira Marques
Professora "porque gostava de aprender", a sintonia da sua personalidade impunha-se logo aos colegas e aos discípulos, com essa mescla ingénita de humildade vencida momentaneamente, pela alegria da comunicação do que fora entrevendo no mare magnum do desconhecido. E aí, nessa tarefa de comunicação a Ana Maria transformava-se como só os grandes professores de vez cm quando conseguem, quando os esquivos fados são propícios. '
A qualidade da investigação que foi levando a cabo ficou atestada, nos últimos anos da sua vida breve, por livros tais Iconologia do Poder Real no Período Manuelino (1985) e As Entradas Régias Portuguesas (1986). A inovação é a qualidade principal de tais livros.
Joel Serrão